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Andréa e Silva

2016 - Ano do Eremita

Atualizado: 7 de jun. de 2021


Carta do Eremita do Tarô de Marselha
Ancien Tarot de Marseille, Grimaud - Paris 1982

O andarilho solitário

Ao somarmos os números que compõem este ano (2+0+1+6), temos como resultado o número 9, que no tarô corresponde ao Arcano Maior chamado de Eremita.

Na imagem da carta, vemos um homem de aparência madura e experiente, caminhando com o auxílio de um cajado e uma lanterna. Apesar de introspectivo, ele não está meditando ou estudando – ele caminha. Sem pressa e sem parar, caminha confiante, ativo e contemplativo ao mesmo tempo. Embora com uma meta, ele desfruta de cada passo nessa estrada. Ele olha para frente. O passado ficou para trás e o que está fazendo agora é o que importa.

O convite que o Eremita nos faz é nos darmos conta do andarilho dentro de cada um de nós. Aquele que anseia por fazer suas próprias descobertas e que desfruta de sua companhia. Que com sua luz interior – sua intuição – consegue guiar-se pelos desafios e maravilhas da vida, pois nem tudo conseguimos enxergar com nossos olhos. Por isso, além da lanterna para iluminar o caminho, ele leva consigo um cajado. Ele não se apoia nele como uma bengala, mas o usa para sentir a estrada, remetendo-nos à prudência e ao preparo. Sendo assim, antes de nos engajarmos em um caminho – seja ele qual for – o preparo é fundamental.

O Eremita representa a trajetória solitária da autodescoberta, que ninguém mais pode fazer por nós. Este velho sábio nos fala sobre o conhecimento que não está nos livros, mas que só as experiências vividas podem nos dar. Trazendo este aspecto para o nosso cotidiano, não vamos investir em algo apenas por impulso ou empolgação; nosso caminhar deve acontecer a partir da experiência de vida já adquirida. Vamos buscar andar na velocidade que é possível, dando um passo de cada vez e, acima de tudo, sem pressa de chegar – mas prestando grande atenção ao caminho. Com o foco de nossa atenção em cada passo do trajeto, a meta será atingida como consequência.

Este arcano indica também um período de nos colocarmos como prioridade em nossas vidas. Este aspecto é reforçado pela astrologia: à 1h30 do dia 20 de março terá início o ano novo astrológico, cujo regente é o Sol. Isto significa que este será um período voltado a reforçarmos nossa identidade e colocarmos luz naquilo que viemos de fato fazer por aqui. Segundo a astróloga Monica Horta: “Um ano regido pelo Sol é um ano de tomada de consciência, tanto de quem somos e do que queremos como das forças que estão conduzindo a humanidade.”

E se ainda não sabemos qual caminho seguir, vamos parar para fazer um balanço. O desafio aqui é entendermos o tempo necessário de cada coisa. A pressa não é nem um pouco indicada por esta carta; tampouco a letargia. Há um movimento acontecendo – firme, seguro e constante. Planejar quais serão os próximos passos é tão fundamental quanto colocarmos nossos planos na prática. Sair correndo e fazer do jeito que dá não é o que indica este arcano... Paciência, perseverança, constância. Lembremos que ele representa a travessia, e não o destino em si.

Outros aspectos para os quais o Eremita nos alerta são isolamento, falta de disposição e medo. Pode ser que alguns de nós se sintam incompreendidos, não valorizados e confusos. A saída é para dentro: ao nos compreendermos melhor, podemos perceber que o problema não está nas situações em si; no entanto, é importante verificar porque determinada situação nos afeta.

Nos diversos relacionamentos que mantemos, esta carta significa que devemos permanecer fieis a nós mesmos e aos nossos valores. Por mais que nossas jornadas estejam envolvidas e conectadas a muitas pessoas, sempre caminhamos sós.

O Eremita diz: fique confortável em sua própria companhia. Cultive momentos de solitude e um novo mundo pode se tornar visível a você: o seu próprio universo interior.


Primeiro fique sozinho.

Primeiro comece a se divertir sozinho.

Primeiro ame a si mesmo.

Primeiro seja tão autenticamente feliz que, se ninguém vier, não importa;

você está cheio, transbordando.

Se ninguém bate à sua porta, está tudo bem – você não está em falta.

Você não está esperando por alguém para vir e bater à porta. Você está em casa.

Se alguém vier, bom, belo. Se ninguém vier, também é bom e belo.

Em seguida, você pode passar para um relacionamento.

Agora você se move como um mestre, não como um mendigo.

Agora você se move como um imperador, não como um mendigo.

E a pessoa que viveu em sua solidão será sempre atraída na direção de outra pessoa que também está vivendo sua solidão lindamente, porque semelhante atrai semelhante.

Quando dois mestres se encontram – mestres do seu ser, de sua solidão – a felicidade não é apenas acrescentada, é multiplicada.

Torna-se um tremendo fenômeno de celebração.

E eles não exploram um ao outro, eles compartilham.

Eles não utilizam o outro.

Em vez disso, pelo contrário, ambos tornam-se um

e desfrutam da existência que os rodeia.

Osho

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